“Nada é. Tudo está.”

11/08/2012

Opções de terapias integrativas contra o câncer

Instituições importantes no tratamento da doença criam serviços de massagem, reiki, acupuntura e dança, entre outras terapias

CLÁUDIO GATTI/AG. ISTOÉ
AUXÍLIO Cutait aplica reiki em Patrícia. Ela diz que o método a ajudou a lutar contra um tumor nos rins

Depois de anos de discussão sobre os danos e possíveis benefícios das terapias alternativas – agora também chamadas de complementares ou integrativas – na luta contra o câncer, médicos de algumas das mais avançadas instituições para o tratamento da doença finalmente abriram as portas a essas práticas. A prova mais evidente disso é o surgimento de serviços que ministram e ensinam a automassagem, ioga, dança e musicalização, entre outras terapias, no interior de instituições de referência, como M. D. Anderson, Danna Farber e Memorial Sloan-Kettering Center. Além disso, os métodos estão em mais de 30 universidades, entre elas Duke University, Stanford, Columbia e Harvard.
Agora, é a vez de o Brasil seguir esse modelo. Em São Paulo, o Hospital Albert Einstein lançou recentemente um programa nos mesmos moldes do M. D. Anderson. É a primeira grande instituição do País a criar um serviço de práticas complementares, que também sediará estudos em cooperação com o centro americano. “A maioria dos pacientes de câncer usa a medicina complementar ou tem interesse nela. Porém é sabido que alguns métodos podem ser prejudiciais. Criamos um serviço em que podem se informar sobre as evidências científicas e escolher, junto com seus médicos, as melhores terapias para cada caso”, explica o cirurgião Paulo de Tarso Lima, responsável pela área de medicina integrativa do Einstein. O programa é oferecido para pacientes que acabaram de receber o diagnóstico, que estão em tratamento ou já passaram por ele.

OFERTA No M. D. Anderson, pacientes contam com musicoterapia e acupuntura

A explicação para o acolhimento das técnicas complementares pelas instituições é a enorme demanda pelos métodos por parte dos pacientes e estudos controlados que mostram o sucesso de alguns deles. “Muitas técnicas podem ser úteis para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas respostas aos tratamentos clínicos”, explica o médico Lorenzo Cohen à ISTOE. Ele é o diretor do Programa de Medicina Integrativa do M. D. Anderson, que reúne 72 modalidades terapêuticas em um dos prédios da instituição, no Texas. “Queremos também assegurar que os pacientes sejam educados para fazer a integração apropriada dos métodos com o cuidado médico convencional. O objetivo é que eles ajudem e não atrapalhem a recuperação”, disse Cohen.
De fato, quando o processo é conduzido corretamente, os ganhos são evidentes. Desde que teve o diagnóstico de um tumor nos rins, a publicitária Patrícia Conte, 35 anos, submeteu-se a sessões de reiki – técnica que usa a imposição de mãos para transmissão de energia vital, segundo os adeptos. “Foi essencial para restaurar meu equilíbrio”, diz. O mestre em reiki Plínio Cutait, responsável pelas aplicações do método em Patrícia, cuida de pacientes com câncer há 15 anos. “O reiki não trata a doença, mas a pessoa”, afirma. “Pode promover relaxamento, desbloquear emoções, apaziguar a mente ou acelerar os processos regenerativos físicos e emocionais”, garante ele, que agora atende também dentro do Hospital Albert Einstein.

Fonte: Revista Isto É

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