“Nada é. Tudo está.”

11/05/2011

A LUA E O CICLO MENSTRUAL

“O ciclo feminino é como a teia da vida e seu sangue está para seu corpo
assim como a água está para a Terra."
É milenar a admissão da existência de uma estreita correlação entre as fases da lua e o ciclo menstrual, tanto é assim que em algumas culturas era admitido que a Lua menstruava. Atualmente algumas tribos de índios norte-americanos ainda consideram a Lua uma mulher, a primeira mulher, e que, no seu quarto minguante ela fica “doente” – palavra que definem como menstruação. Muitos camponeses alemães chamam o período menstrual de “a lua”. Na França a menstruação é popularmente chamada de “lê momenta de lá longe”.
Citação de artigo de Suzana Volpato: Camponeses europeus acreditavam que a Lua menstruava, que estava adoentada no período minguante, sendo que a chuva vermelha que o folclore afirma cair do céu era “sangue da Lua”. Em várias línguas as palavras menstruação e lua são as mesmas ou são associadas. Alguns povos usam o termo menstruação com significado de “mudança de Lua”.
Evidentemente o ciclo menstrual tem certa correlação com as fases da Lua. O ciclo lunar compreende 4 fases de igual duração. A cada 28 dias a lua completa o seu ciclo de rotação em torno da terra, assinalado por 4 fases. Na verdade o ciclo menstrual acompanha idêntico ritmo.
Num organismo energeticamente equilibrado o ciclo da mulher começa após a menstruação que normalmente deveria ocorrer sempre na Lua Nova. Esta fase marca o início do ciclo, a partir de quanto a imagem lunar “cresce”, chegando a um quarto do tamanho após sete dias – quando se pode visualizar a metade do seu tamanho aparente. Nos sete dias seguintes ela aumenta até chegar no 14º dia a se apresentar em toda plenitude – Lua Cheia. A partir daí ela começa a diminuir, chegando à metade do tamanho no Quarto Minguante, e prossegue até que todo o seu disco se apresenta obscurecido – fase de Lua Escura –, quando então ela não pode ser considerada nem um astro noturno e nem diurno.
A fase de Lua Escura dura 3 noites e este é o período mais poderoso dos ciclos lunares. Aparentemente é como se a Lua dissipasse a energia acumulada para dar início a outra reserva. No campo uterino ocorre algo semelhante, durante a menstruação acontece a limpeza física e energética. Quando há alinhamento entre a menstruação e as fases da lua, isso normalmente acontece na fase de Lua Nova. O útero se renova física e energeticamente, é eliminada a energia espúria a par do endométrio que não foi usado na nidificação do ovo. Em épocas remotas, os ciclos menstruais eram perfeitamente alinhados com as fases da Lua. O normal é a ovulação ocorrer na Lua Cheia e menstruação na Lua Escura (Lua Nova). A Lua Cheia é o ápice do ciclo da criação, quando o índice de energia é mais alto e facilmente liberado. Na Lua Cheia o endométrio está preparado para proceder a nidificação, coincidentemente é quando também o índice de energia sutil está mais elevado. Isso é muito importante, pois há a força magnética da Lua, além do efeito maré atuando sobre o organismo motivado pela gravidade lunar. A associação desses fatores com o elevado coeficiente de energia sutil possibilita uma nidificação ideal para um desenvolvimento fetal perfeito. Isso não acontece quando a fase da lua e a fase menstrual estão desalinhadas, pois enquanto um dos elementos estimula o outro pode desestimular; podemos comparar a um jogo de “cabo de guerra”. Outro fator importante que entre em jogo é que a energia sutil é fundamental para a gestação. Possivelmente um óvulo geneticamente mal constituído não reage bem à energia sutil, então não há facilidade para um bom desenvolvimento embrionário. Isso não acontece, quando o ciclo está em desalinhamento com a fase da Lua, a possibilidade de desenvolvimentos fetais anômalos é muito mais elevado. Quando há alinhamento um fecundação imprecisa não prossegue.
Nos 14 dias que antecedem a libertação do óvulo, a energia da criação se manifesta dando lugar a tudo que for necessário para um eficiente desenvolvimento do ovo. Quando o óvulo não é fecundado ele é eliminado . Em nossa sociedade atual, o uso de pílulas anticoncepcionais, faz com que a mulher deixe de lado o alinhamento e consequentemente perturbações significativas na dinâmica uterina, ela até mesmo ignora o que ocorre dentro de si, o ciclo de criação e de eliminação ovular.
Entre muitas populações nativas, as mulheres são consideradas “tabu” durante o período da menstruação. Esse período para algumas tribos era considerado um estado peculiar em que a mulher devia se recolher em um local escuro – tenda menstrual –, pois, segundo a crença, a luz da Lua não devia incidir sobre ela. Enquanto isso o estado de isolamento mensal favorecia a sua capacidade perceptivas, quando então podia melhor exercer atividades de profetiza e de conselheira. É na fase de “Lua Escura” que a mulher mais facilmente pode manter contacto mais íntimo com as forças instintivas dentro de si, podendo, então estabelecer uma ponte entre dois mundos distintos. Na prática se a mulher quer ser inspirada, quer ser receptiva para mensagens, necessite de inspiração, em todos os sentidos é nessa fase de recolhimento que ela pode obter as maiores vantagens. Se há algo para resolver, questionamentos diversos, se deve meditar sobre problemas, a melhor época é no período de Lua Escura. É o período de receber – receptivo. Por outro lado, o poder ativo é intenso no período de “Lua Clara”, especialmente na Lua Cheia - exatamente quando o índice de energia é mais elevado. É um período de emissão, de construção, de resolução de tudo aquilo que haja recebido intuitivamente no período anterior.
Para maior eficiência disso é fundamental a existência do alinhamento da menstruação com a Lua.
O “sabat das feiticeiras” ocorria em noite de Lua Cheia, exatamente por corresponder ao período de maior disponibilidade energética. No inicio o sabat só ocorria na Lua Cheia, depois passou a ser praticado nas demais fases.
Bibliografia recomenda:
O casamento do Sol com a Lua. Raissa Cavlcanti. Editora Cultrix, São Paulo.
A Grande Mãe. Erich Neumann. Editora Cultrix, São Paulo.
As Deusas e a Mulher. Jean Shinoda Bolen. Editora Paulus. São Paulo.
Os Mistérios da Mulher. M. Esther Harding. Editora Paulus. São Paulo.
Fonte: Escrito por JOSÉ LAÉRCIO 

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