“Nada é. Tudo está.”

17/09/2010

Jesus, o Terapeuta.

 


            Sempre que alguém me procura para tornar-se um terapeuta, insisto em informar o caráter ecológico, milenar, essencial, ético e libertário dessa escolha. Também aponto, principalmente a quem é um buscador, que este é o convite do Mestre Jesus: Seja um curador energético de corpo e alma. Jesus era um terapeuta e te pede sempre para compartilhar deste ideal. Digo que não só esse Mestre curava. A maior parte dos iluminados, vivos ou não, são terapeutas. Hoje alguns iluminados que conheço de uma forma ou outra são terapeutas: Dolano, Hahashya, Gangaji, Kiran, Satya Prem etc.

      A palavra terapeuta, de origem grega, indica pessoas que curavam, geralmente com as mãos, numa abordagem holística, total e integral. A palavra terapeuta em aramaico significa saber e cuidar. Saber de si mesmo e cuidar do planeta e do próximo. O terapeuta leva paz ao cliente, daí o nome paz-ciente. Esta é a missão, isso é o que a existência espera do curador. 

“E quando andares por terras estranhas cure os que estiverem feridos, pois o mal não é o que entra e sim o que sai da boca do homem”. (Jesus de Nazaré) 
      Os terapeutas, desde milênios, além de levarem a paz tinham um contato profundo com o paciente e estimulavam a sua própria capacidade de cura. Eram atenciosos, carinhosos e, provavelmente como você que lê esse texto, se dedicavam a esse nobre ideal.
      Jesus era um rabino e foi iniciado na seita judaica dos Essênios, conhecidíssimos como extraordinários terapeutas e um povo que incansavelmente buscava justiça no mundo. 
      Em hebraico, língua utilizada pelos essênios, a palavra cura é teraf (mesma raiz de terapeuta), a qual significa soltar os nós, abrir, deixar aberto o paciente, aquele que busca estar consciente da sua paz.
      Jesus não só foi um dos maiores e mais conhecidos terapeutas curadores, como abria a confiança na cura: “É você quem está se curando”. Apontava na direção de levarmos o amor a todos: “Ama teu próximo como a si mesmo”.
      Se você que lê esse texto é um terapeuta, estimula o Chi, a energia do seu paciente e a auto-cura. Você também trabalha sua própria energia com práticas de Tai-chi, yoga, chi-kung, dança sagrada e nos Sat-Sangs. Trabalha o seu corpo e suas emoções, conhece cada suas limitações. Pratica meditação e reconhece-se como um ser iluminado e trata o outro como igual. Tem amor próprio e muita compaixão, que distribui em cada atendimento. Trabalha com ética e carinho. 
      Como terapeuta você aprende aqui na Humaniversidade a inspirar-se em São Francisco de Assis a respeitar não somente o ser humano, mas toda a Natureza. No Reiki III do sistema tradicional e Dentho é apontado esse amor a todos os seres vivos no símbolo Dai Ko Myo e seu significado.
      “Aqueles que têm olhos que vejam”. Meu mestre Osho sempre dizia que “o planeta está doente e precisa de terapeutas”. De nada adianta esperar que os pseudos “dirigentes” façam algo. Depende de nós e a tu fazer a diferença.
      Quando você tomou a decisão de ser um terapeuta já sabia que não é somente uma profissão. É uma missão, um chamado da existência que precisa de ti. Que te usa como um arauto de paz.
      Tenho insistido muito que, aquele que tem vocação de ser um terapeuta como você, seja total nisso. Tenha a sua dignidade e decência, e faça isso de forma competente.
      Não invente desculpas e mentiras medíocres para desistir e torne-se um extraordinário (o contrário de ordinário) terapeuta. Invista seu tempo e energia nisso.
      Como alguém pode desistir de sua vocação, se vender por uns trocadinhos e deixar seu sonho e vocação profissional?
      Todos no universo são o que são: você nunca verá uma zebra querer ser um leão. 
      Só o ser humano (não todos) consegue ser o que não é. Busca uma pseudo segurança e foge de seus sonhos. Será que é preciso para não morrer de fome morrer de tédio? Como Jesus dizia "será que é preciso para conquistar o mundo perder sua alma?".

      Eu prefiro morrer de fome a morrer de tédio.
      É exatamente para pessoas como você, que não desistem de seu sonho e vocação de fazer a diferença no planeta ( fazer mesmo, e não achar que faz ).
No livro “O Espírito da Saúde”, de Lise Mary há este texto de Jean-Yves Leloup sobre Jesus e os terapeutas, de uma beleza rara:

      “Inicialmente os Terapeutas de Alexandria cuidavam do corpo. Nos Evangelhos muitas questões são colocadas sobre este momento da imposição das mãos. A importância da mão através do tocar, através da simples imposição, deixando passar através dela a energia da cura. Jesus é um terapeuta que tem mãos e pede a seus discípulos que imponham as mãos sobre os doentes. Na tradição dos Antigos há um texto que também é encontrado no Evangelho de Tomé, o qual nos diz que temos uma mão na nossa mão. E esta é uma palavra da qual precisamos nos lembrar quando acompanhamos um doente. Porque temos a nossa mão, com o seu conhecimento e a sua competência, mas através dessa mão flui a grande mão da vida.

      Jesus cuidava também dos doentes através de sua saliva... Jesus trata os doentes com suas mãos, com sua saliva e também com suas lágrimas...
      ... Quando Jesus despertava, naqueles que encontrava, o coração de pedra, ou um coração fechado pelo medo e pela recusa, este coração se liquefazia no amor. Por isso dizemos que Jesus era um Terapeuta no sentido físico do termo.
      Jesus era também um Terapeuta da alma e da psique. Ele transformava as pessoas em seres capazes de perdão. Perdoar é parar de identificar o outro com as conseqüências negativas de seus atos e parar de nos identificar com as conseqüências negativas de nossos atos. Esta é a própria função do terapeuta. Diante de alguém que está fechado em suas memórias e fechado no encadeamento de causas e efeitos de seus atos, é preciso recolocá-lo em marcha na direção da vida. 
      Esta é uma bela tradição das bem-aventuranças e, em hebraico, pode-se traduzir bem-aventurado por "Em Marcha!", como tão bem o fez André Chouraqui.
      "Em marcha os humilhados do Sopro!...
      Em marcha os humildes!...
      Em marcha os famintos e sedentos de justiça!.
      O ensinamento de Cristo é um convite à caminhada, a ir mais longe, a não se fechar no destino da doença, no destino social. Trata-se, pois, de reabrir a nossa capacidade de ir mais longe.
      Jesus é também terapeuta no sentido espiritual do termo, no momento em que ensina seus discípulos a orar. Orar não é recitar preces, mas entrar em relação e em intimidade com a própria fonte do seu ser.
      Então Jesus mostrava-se Terapeuta ao ensinar que pela prece o homem podia religar-se à sua fonte. Sabe-se que muitos sofrimentos e doenças ocorrem porque o homem se sente cortado da fonte do seu ser, cortado do seu desejo essencial, cortado do desejo essencial da vida que corre através dele. Quando ele se religa a esta fonte, a cura pode ocorrer. Esta cura ocorre também na comunidade, cada um na religião que é a sua, através do provar de sua própria fonte.”

      
Fonte: http://www.humaniversidade.com.br/

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